Entenda a função dos tensoativos em produtos de limpeza

Quando limpamos uma superfície, precisamos que diversas reações químicas aconteçam para possibilitar a remoção de microorganismos, gordura e odores. Essa mágica ocorre em nível microscópico toda vez que os produtos de limpeza - que possuem uma mistura de substâncias - entram em contato com o que chamamos de sujeira. Um dos ingredientes essenciais nesse processo são os tensoativos.

Pode parecer um assunto muito específico, e não muito atraente, mas entender o básico sobre a ação e as origens dos tensoativos nos ajuda a fazer escolhas mais conscientes em relação a produtos de limpeza, higiene pessoal e cosmética. Só que também é importante tomar cuidado com a fonte das informações! Encontramos vários mitos associados a esse assunto, que só deixam as pessoas ainda mais confusas.

Neste artigo, vamos explicar a função dos tensoativos em produtos de limpeza, falar um pouco sobre os tipos de substâncias, regulamentação nacional e efeitos poluentes. Também contamos quais critérios utilizamos na definição dos tensoativos adicionados aos produtos da Garoa!

Qual é a função dos tensoativos em produtos de limpeza?

Os tensoativos ou surfactantes possuem uma propriedade chamada de anfifílica. Isso quer dizer que a estrutura molecular dessas substâncias pode interagir tanto com a água, quanto com a gordura. Os produtos de limpeza mais conhecidos pela presença de tensoativos são os detergentes.

De forma simples e resumida, o processo acontece da seguinte forma: a parte hidrofílica da molécula de tensoativo se liga à água, enquanto a hidrofóbica atrai a gordura. Dessa interação, formam-se as micelas, que são gotículas de gordura envolvidas por moléculas de detergente. É assim que água e gordura, naturalmente imiscíveis, perdem a capacidade de se manterem separadas.

Então imagine que você está lavando a louça, esfregando cada item cuidadosamente com uma bucha vegetal umedecida em detergente (da Garoa, é claro!). Todas essas ligações que explicamos anteriormente ocorrem sem que você perceba e, durante o enxágue, as moléculas de gordura - que estão “encapsuladas” pelos tensoativos - se desprendem da louça. A mesma lógica se aplica a outros produtos que desempenham função desengordurante, como o Limpeza Pesada e o Lava Roupas.  

Em associação com outros componentes, os tensoativos também auxiliam em outros aspectos além da captação de gordura, como potencialização do princípio ativo e influência na textura do produto. 

Tipos de tensoativos

Agora vamos entrar em um aspecto técnico: os tipos de tensoativos. É claro que você não precisa decorar as diferenças químicas entre eles - ou talvez sim, se gostar do tema como a gente! Mas tenha em mente que o mais importante é saber que não existe uma categoria de tensoativos considerada vilã - todas podem ser usadas com segurança, desde que haja critérios de escolha.

Veja quais são os quatro tipos de tensoativos, de acordo com a estrutura química!

Tensoativos aniônicos

Caracterizam-se pela liberação de um íon negativo em solução aquosa. Essa é a maior classe de tensoativos e também a mais utilizada na indústria pelo alto poder de detergência.

As normas da ANVISA estabelecem que os tensoativos aniônicos adicionados a produtos de limpeza devem ser biodegradáveis e apenas nesse caso é permitido incluir a informação de “Tensoativo Biodegradável” no rótulo.

Tensoativos catiônicos

Liberam íon positivo em solução aquosa. São conhecidos pelas propriedades germicidas e, por isso, muito utilizados em fórmulas de desinfetantes. 

Tensoativos anfóteros

Em soluções com pH alcalino, comportam-se como aniônicos, e em pH ácido atuam como catiônicos. Costumam ser combinados a outros tipos de tensoativos para alcançar a função desejada.

Tensoativos não iônicos

Não liberam íons em solução aquosa. São muito usados em produtos de cuidados pessoais, como shampoos, por oferecerem viscosidade e ajudarem na formação de espuma. 

Poluição causada por tensoativos não biodegradáveis

Os tensoativos podem ter origem natural ou sintética. Na primeira opção, as fontes mais comuns são óleos e gorduras animais e vegetais. Já na segunda, as substâncias são obtidas pelo processamento do petróleo. É essa característica que distingue um tensoativo biodegradável de outro que não é.

A produção de tensoativos sintéticos começou durante a Primeira Guerra Mundial, na Alemanha, quando a distribuição de matérias-primas naturais ficou comprometida. A indústria convencional rapidamente incorporou essas substâncias à produção de diversos produtos, principalmente em razão do baixo custo. Porém, o que não se considerava na época eram os custos ambientais gerados pelos derivados de petróleo.

Quando despejados em cursos d’água, os derivados de petróleo não são facilmente degradados, levando a uma bioacumulação que impacta o equilíbrio do ecossistema. Até mesmo tensoativos biodegradáveis, como os fosfatados, podem ser prejudiciais pela liberação excessiva de nutrientes, o que causa proliferação de algas e reduz a disponibilidade de oxigênio e luz em ambientes aquáticos. 

No Brasil, a resolução CONAMA 359/05 prevê que os detergentes comercializados no mercado nacional devem ter, no máximo, 4,80% de fósforo na composição. Mas, se considerarmos o volume de produtos com essa finalidade que são consumidos pela população, o impacto ainda é muito grande. 

Escolha dos tensoativos usados nos produtos da Garoa

Você já deve ter percebido que a definição dos tensoativos é uma etapa muito importante do nosso processo produtivo, né? Não apenas em relação à eficiência de limpeza, mas também para garantir o desenvolvimento de produtos seguros para as pessoas, os animais e o planeta. Como esse é o principal lema da Garoa, somos muito criteriosos na definição de todos os componentes que entram nas nossas fórmulas, inclusive os tensoativos.

Todos os tensoativos usados pela Garoa são de origem vegetal, biodegradáveis e de baixa geração de espuma. Utilizamos todas as categorias - aniônicos, catiônicos, anfóteros e não iônicos - e nos baseamos em referências internacionais para fundamentar tecnicamente as nossas decisões, principalmente no que se refere aos índices de biodegradabilidade e toxicidade. 

Um dos tensoativos encontrados nos nossos produtos é o Lauril Éter Sulfato de Sódio. A gente sabe que existe uma grande polêmica com esse ingrediente, mas muitos dos perigos associados ao Lauril não têm base científica. Explicamos em um artigo aqui no blog por que você pode confiar na segurança desse componente.

Se você tem interesse em conhecer todos os tensoativos usados nos produtos da Garoa, e qual é a origem de cada um deles, acesse o nosso site. Aqui, limpeza só faz sentido com consciência!